Leva canalha a mão à descoberta
o pífaro levanta-te a poeira do caminho
Trazes navalha
queres guardar a serra
mas a farra lá de baixo já te apanha cá no cimo
Por todo o lado os fumos das panelas
levantam cornucópias como flores o rosmaninho
Cabras douradas levam-te pela trela
rumo a bombos e farturas de alemanhas
Põe mais lenha no cachimbo
Deixei a minha porta aberta
"Reich
ich bin ein Poltergeist"
A mata aperta
a noite escura
alguém respira ao teu ouvido
Segues alerta
ficas à escuta
e o teu rebanho cala-se contigo
Tresanda a festa
tresanda a ditadura
O vale é que projecta o teu castigo
Não sabem do mal que os espera
tens a vista turva
Tens cachimbo tens paixão
e já sentes a batida no umbigo
Do nada uma fogueira
e em volta 124 louras sem vergonha nem saias
Deitadas na eira
em caminhas de trevos
com os relevos às chamas encarnadas
Chocalha a tenda
E por cima das peitaças pifarinho aprende línguas bárbaras:
"Reich
ich bin ein Poltergeist"
Deixei a minha porta aberta
"Reich
ich bin ein Poltergeist"
Suar e lutar
nunca pensei
como me fica bem
Comer e mamar
ai nunca pensei
como me fica bem
Soprar a matar
ai ai nunca pensei
Como me fica bem
sair a pastar