No meio da cambada fura
Muita parra pouca dura
Há que dizê-lo: haja fartura
e quanta variedade cultural
Em plena fase bera
vê que santa primavera
Enquanto o sol prospera
bota grelha e sementeira no quintal
Sapateiras e tunas
a brincar nas dunas
Quem é que fica à tona
só a bruxa e a matrona
Passo mal e o mal que não morda
Não ponho peixe na açorda
Pára e escuta
mais um rabo para a labuta
Para lá da portela pula
Os states são uma loucura
Surf poetas falo e chula
há sempre mais alguém para comprar
A pátria num barco à vela
é vê-la agora quem fica nela
Sete cães a cada trela
sobram seis sem mão a mandar
E esta modinha brusca
da cantiguinha patusca
Dá-se o mindinho
e a populaça puxa puxa
Manter a compostura
eu sei que facilita a leitura
É o mesmo abraço
com mais coca e mais cagaço
Uma na lapela
outra do barril
Duas na tigela
bagaço por funil
Foi por culpa dela
sozinha no desfile
Gritavam das janelas:
nem janeiras quanto mais abril
De caminha à manta-rota
lê-se a literatura toda
Três pintoras coisa pouca
Iscas e pastéis vamos embora
Nem se pratica a morena
Somos todos iguais é a cena
Solução que põe outro problema
e assim por aí fora
Deu-se o tempo
Deu-se o cabelo ao vento
Deram-se aos filhos as mamadas
e aos crescidos deu-se o alimento
Pelo menos
enquanto formos pequenos
Temos muito mais sabor
como as laranjas que esprememos
Uma na lapela
outra do barril
Duas na tigela
bagaço por funil
Foi por culpa dela
sozinha no desfile
Gritavam das janelas:
nem janeiras quanto mais abril
O bem que não fazia em meu lugar
uma banda para tocar o vira
Um fandango ensaiadinho ia bombar
Quantas taças cheias ao luar
e ninguém a trabalhar a lira
Um fandango ensaiadinho vou te contar
O bem que não fazia em meu lugar
uma banda para tocar o vira
Um fandango ensaiadinho ia bombar
Quantas taças cheias ao luar
e ninguém a trabalhar a lira
Um fandango ensaiadinho vou vos contar
o bem que não fazia em meu lugar