2004 batidas abanavam no meu quarto
Sete primaveras passadas no nonimato
Versos ocupavam o espaço do sumário
das aulas de geometria do clube do secundário
Com o tempo nasce o primeiro beat o primeiro rap
Primeiro concerto gravado em fita de cassete
Primeira parceria com o meu mano Cilada
cada batida, cada rima
nascia de uma noitada
primeira faxa gravada
com micro de PC
tila "DST" o meu nome de MC
batidas do Dj faziam todo o sentido
numa qualidade de m*rda
com o micro todo f*dido
que se f*da o resultado
Já me sinto derrotado
nunca saí vencido
sinto que estou crescido
cada vez mais maduro
Estas são as memórias do meu futuro
Sei o vento que aí vem
Foi o caminho que tomei
como vai ser nunca pensei
fonte do que me tornei
o que eu sou, o que eu fui 2007, primeiro rap gravado num estúdio emprestado
com qualidade que promete
o "jogo da vida"
"a minha identidade"
Gravado e misturado pelo Cuss
está tudo controlado
Cada vez mais motivado com mais pica
e a tinta que sai da caneta
parece infinita
Conheço mais manos
Fazemos mais planos
E entre rimas e batidas passam os anos
Noites longas em projetos perdidos
nunca é encontrados amigos
nunca são esquecidos
Faço questão
Vocês sabem quem são
Fazem parte da minha muito para além do som
É a arte da vida numa expressão
a parte de uma visão
que nos faz morrer por uma paixão
imaculada criação divina
batida e a rima
a retrospetiva numa canção
Sei o vento que aí vem
Foi o caminho que tomei
como vai ser nunca pensei
fonte do que me tornei
O que eu sou, o que eu fui 2009, versos vadios, batidas cruas