Jovem, preto, novo, pequeno.
Falcão fica na laje de plantão no sereno.
Drogas, armas, sem futuro.
Moleque cheio de ódio invisível no escuro, puro.
É fácil vir aqui me mandar matar, difícil é dar uma chance a vida.
Não vai ser a solução mandar blindar.
O menino foi pra vida bandida.
Desentoca, sai da toca, joga a fera.
O choro é de raiva, de menor não espera, a laje é o posto, imagem do desgosto, tarja preta na cara para não mostrar o rosto.
Vai, isqueiro e foguete no punho.
Quem vai passar a limpo a sua vida em rascunho .
Cume envenenado pra poder passar a hora.
Vive o agora, o futuro ignora.
O amargo do sangue, tá na boca.
Vivendo o dia-a-dia, descobre que sua esperança é pouca.
moleque vende, garoto compra, pirralho atira, menino tomba.
Mete Bronca, entra no caô pra ganhar.
joga no ataque, se defende com AK.
Pupila dilatada, dedo amarelo, jovem guerrilheiro no seu mundo paralelo, bate o martelo.
acabou de condenar, julgamento sem defesa, quem é réu vai chorar, vai babar .
Por que o coração não bate mais, agora quer correr a frente, não correr atrás.
Idade de Criança, responsa de adulto, mente criminosa enquanto a alma veste o luto, puto.
Por dentro, faz o movimento, raciocínio lento e o extinto sempre atento.
Não perde tempo, vem fácil, morre cedo, descontrolado, intitulado a voz do medo, vitima do gueto, universo preto.
Vida é o preço e pela vida largo o dedo.
Jovem, preto, novo, pequeno.
Falcão fica na laje de plantão no sereno.
Drogas, armas, sem futuro.
Moleque cheio de ódio invisível no escuro, mudo.
É fácil vir aqui me mandar matar, difícil é dar uma chance a vida.
Não vai ser a solução mandar blindar.
O menino foi pra vida bandida.
Falcão não dorme, olho aberto.
Guerreado com errado e fechado com quem ele acha que é o certo.
Boladão, menor revoltado, apanha calado, pra não cair como safado.
Cabelo Dourado, pele queimada que se acha BamBamBam.
Quando tá de frente pro bicho, atá se caga, junte mágoa, arma, ambição.
Guerreiro juvenil é o resultado da combinação.
Irmão de quem? Filho de ninguém, medo do além, olha o sacode bem, bem.
Dito e feito, grudado no asfalto tá o respeito.
O vagabundo engole seco, pra não dar dois papos, tu tá ligado e eu também.
Vagabundo é mais ou menos não diz amém.
Nem poder paralelo, nem poder constituído, pobre reunido é quadrilha de bandido.
Sim, faz sentido o ambiente marginal, as cores da sua roupa equivalem a um funeral.
Sujou, lombou, sangue ferve, quem faz a segurança do asfalto, ele chama de verme, paquiderme a doença tá na pele, o olho avermelhado anuncia que ele tá na febre.
Parafal no último modelo, o sonho de criança cresceu e virou pesadelo.
Se é meio termo, dormindo com o inimigo, escravo do perigo, traição de camarada, fez feio no desenrolado, rachou a cara.
Menos um no caminho, um a mais na patrulha da cidade.
Necessidade, excesso de vontade, neurótico, flexível quando tem que ser, o que vale é o proceder, sem caozada pra não ficar fudido.
De menor, 15 anos, ferramentas e o olhar de bandido.
Jovem, preto, novo, pequeno.
Falcão fica na laje de plantão no sereno.
Drogas, armas, sem futuro.
Moleque cheio de ódio invisível no escuro mudo.
É fácil vir aqui me mandar matar, difícil é dar uma chance a vida.
Não vai ser a solução mandar blindar.
O menino foi pra vida bandida.