[sample de uma entrevista]
[Jornalista] António Pinho Vargas, gostava de se ver
daqui a uns tempos
num cd do Sam The Kid, recriado num cd do Sam The
Kid?
(**Risos**)
[António Vargas] Acho que sim...
Por um lado queria dizer que ele tinha achado
que podia fazer qualquer coisa com a minha música
e nesse sentido seria uma honra.
Aliás, eu acho que qualquer criador quando estimula o
outro
pa fazerem coisas, deve sentir-se contente, não é?
[**diálogo entre Sam The Kid e Catarina Mira**]
[Verso 1 - Sam The Kid]
À procura da perfeita repetição,
são anos de pesquisa, fiz a minha função/
à volta de notas que transmiti sem uma emoção,
suficiente para a mente ganhar inspiração/
A minha cultura não vem da leitura,
corte e costura, também ser forte na mistura/
Para tentar juntar dois mundos opostos,
não apostes em merdas que tu não gostes/
Faz porque queres e sentes, não porque deves e tens,
ei menos pra ti, há imensos aí/
Limo arestas, rimo em festas, por cima destas bases,
(E como é que tu fazes?)/
Eu oiço temas e temas feitos antes do meu nascimento,
diz-me outra arte que dá-te maior conhecimento/
Musical, cada qual com seu gosto pessoal, al-
guns, ouvem mal, mal-dito avental, tal-/
vez resultasse se tu t'aplicaces,
só a batida não basta, tenta ser sonoplasta/
Gasta tempo e investe em experiências,
não ligues a tendências e foca-te em sequências/
[Refrão - Aninhas Naifh] (samples)
(Gonna find) You? is on my mind
Vai encontrar em mim, em mim!
(Ooooh, you?) (a state of mind)
[Bridge - Sam The Kid, Catarina Mira, Lil John & SP]
Essa nostalgia, como um postal cria,
auditiva num nível possível de ser respeitado/
É só mostrar cria-tividade e mestria,
em fazer a pesquisa, qui sá fazer a novidade/
[Verse 2 - Sam The Kid]
Escuto um disco fat, nunca descoberto,
gosto discutível mas indisponível na net - é raro/
Ou oiço um êxito com rodagem, ponho a minha
camuflagem,
a tua nova abordagem - vai ser em reparo/
Do pulso, sopra o touls, é como eu bulso,
sempre chuto, sente a MPC e fuck PC/
Sente a diferença e ganha a confiança,
vais ter uma nova crença que te ensina o mais recente
instrumento/
É orgânico, é humânico, é pra lá do mais mecânico,
quem o manipula, põe no armário, Box, não é
necessário/
Pareço um publicitário mas isso é só aparente,
crio calmo e solitário sem um bom equipamento/
A dica é essa, não interessa um colecção grande,
de loops ou breaks ou kits pa beats se os teus são
feios/
O que importa é o que tu fazes com o pouco que tu
tens,
ideias com talento nas veias, se a tens, parabéns/
E quanto às leis (e quanto às leis?), não tão bem
explicadas,
e eu não vejo o sentido, pra mim tão erradas/
São papéis, mai nada, não dão liberdade,
a esta arte que pra eles 'inda é novidade/
Tou no meu quarto, eu sou um artista ausente de
SPA's,
a minha alma é alquimista, eu penso em RCA's/
Eu penso em rimas estruturadas, penso em 12
polegadas,
eu não penso qu'ideias possam vir a ser multadas/
ou julgadas por alguém com poder,
eles dizem 'tem cuidado a escolher', mas a censura
censule/
Isto é Hip Hop puro com samples qu'eu juro ser
crente,
isto é o futuro, passado e presente, todos ao mesmo
tempo/
[Refrão]
[Bridge]
[Scratches por DJ Cruzfader]
"E abre o teu espírito" "pela inspiração"
"procuras, tu achas" "dicas no vinil"
[Outro - Catarina Mira]
Oh mano, quem é o Vítor Espadinha?
[Interlúdio do album (sample)]
Porque o qu'eles querem todos é mandar na gente.
A gente manda-os à merda mas eles mandam na gente.
(**Risos e gargalhadas**)