Quero estar pronto a dizer "não sei"
Quero o conforto do não saber
Quero o sobrolho interdito a citar a lei
E ombro capaz de encolher
Estar rouco de plágio e de rum
Deposto da vala incomum
Quero ser franco a dizer "fui eu"
Quero-me aflito a afirmar quem fui
Quero ter queixo caído a ganhar o céu
E dedo para pôr onde dói
Estar solto para ser só mais um
No indulto da graça comum
O que nos cabe, o que calhou
Está reservado
Nem sei se vivo ou se sou
Quero dar tudo a dizer "Não há"
Quero espartilho de não haver´
Quero ter mão de mendigo
A puxar para cá
E o senso de não merecer
Estar pronto a tomar mais nenhum
Placebo da cura de som