Eu talvez carregue
Um chega-lá-pra-cá
E o tape com pudor
Mas, se à flor da carne,
Eu ponho um prato a mais
Encurto o cobertor.
Eu talvez descuide
Esse indo-europeu
Comum de acomodar.
Com excepção das minhas
Crises de pulmões
Ninguém me ouviu queixar.
Nem travesseiro, nem meus botões:
Tive um tapete prás confissões.
Não vão dizer que sou
Má rês!
"Não não" é o novo sim...
Talvez!
Mas quem sacode os vícios dos meus pés?
Eu talvez engate
O carro em marcha-atrás
E rume à redenção
Mas se andar prá frente
É que nos faz melhores
Que sítio é esse, então?
Para quê maçar-me a aspirar o pó?
Tive um tapete que o ocultou
Não vão dizer que sou
Má rês!
"Não não" é o novo sim...
Talvez!
Mas quem não varre o lixo lá para trás?
Mas quem redime o rastro do que eu fiz?
Mas quem me adestra o animal feroz?
Mas quem me muda a agulha dos carris?
Mas quem sacode os vícios dos meus pés?
Mas quem sacode os vícios dos meus pés?